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  • Foto do escritorGustavo Sérgio Heil

MAGNIFICÊNCIA ESPIRITUAL

Atualizado: 4 de fev. de 2021


O termo magnificência vem de magnífico, esplendoroso. Essas palavras falam por si e representam a importância de se trilhar o caminho espiritual.



Quando se utiliza a expressão “trilhar o caminho espiritual”, é preciso lembrar que não é um trilho de trem sempre suave, e sim uma trilha. Na trilha, sobe-se montanhas, atravessa-se rios, aprende-se a acolher tudo o que estiver acontecendo – mesmo os momentos de tribulações – e extrair a essência de seus ensinamentos.


Ao se adentrar no tema espiritualidade pode parecer estar diante de um trajeto paralelo, completamente distante daquilo que se está a viver no dia a dia.


Alguns imaginam existir uma divisão clara entre a vida espiritual e a material. É como se houvesse um grande rio que separam essas duas realidades. Experimentam o sagrado quando estão a praticar suas disciplinas espirituais ou quando ingressam no templo e seguem as cerimônias ritualísticas. Contudo, ao finalizarem seus sacros ofícios, vivem desconectados dos ensinamentos eternos, almejando a satisfação de seus desejos pessoais. E isso de algum modo acontece, porque a mente egoísta constrói a crença de que a união plena com o Centro Divino é um acontecimento impossível.


Para a Suddha Raja Yoga, a Ciência Sintética do Absoluto, essas duas sendas – material e espiritual – estão entrelaçadas, sendo vivenciadas simultaneamente. Não é preciso renunciar o mundano para encher-se de Deus.


A capacidade de se conectar com as qualidades divinas provenientes de Seres de Luz (Saguna Dhyana), de experimentar o Princípio de Vida dentro de si (Nirguna Dhyana) e de perceber a Fonte Suprema compenetrando toda a manifestação (Suddha Dhyana) qualifica o homem, tornando-o, pouco a pouco, um “homem divino”. Como dizem os instrutores do Mandalam, todos estão fadados a um dia tornarem-se um Narayana, que pode ocupar a função de governante espiritual de um planeta, de um sistema planetário, de uma galáxia e assim por diante.


O reconhecimento da real identidade (o Átman ou o Espírito), que nunca teve princípio e jamais terá fim, esse senso de imortalidade, de conexão eterna com a Fonte Suprema, torna a jornada magnífica, esplendorosa! Cada vez que se desenvolve a convivência íntima com a Presença Crística, aflora-se o Amor Divino, em cada partícula que compõe nosso Ser desabrocha uma vontade inigualável de perseverar na peregrinação rumo à Unidade com a Inteligência Cósmica.


Veja, contudo, que é preciso percorrer o caminho espiritual. O percurso desse caminho deve ser realizado diariamente, 24 horas por dia. Não se trata apenas de conhecer pela via da intelecção com leitura ou de ter ouvido falar em aulas ou palestras. Como disse Sadhguru: o Yoga funciona, mas é preciso praticá-lo.


Permita ouvir um exemplo da diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho. Um dia, um cacique de uma tribo norte-americana recebeu a visita de um jovem índio misto. Ele tinha alma de um pele vermelha, mas cresceu junto com o povo do homem branco. E com os brancos aprendeu a explorar a terra e não a cultivá-la. Esse jovem mestiço, letrado em cartografia, disse ao Cacique da tribo que ele não sabia nada sobre as terras em que vivia, ele não tinha ideia de sua extensão e de seu potencial.


O Cacique, após alguns minutos em silêncio e observando a fogueira à sua frente, respondeu:


- Jovem índio, você certamente teve acesso aos mapas de nossas terras feitas pelos homens brancos e pode te parecer que, de fato, você conheça esta terra, mas, caso fosse necessário, você teria ideia de onde encontrar as ervas sagradas e curativas em meio à floresta? Saberia onde abrigar nosso povo em meio a uma tempestade? Saberia dizer o melhor local do rio, sua parte mais rasa, para poder cruzá-lo?


Tenho impressão que não. E não saberia, porque deixou de fazer parte desta terra. Você não vê mais a terra como sua mãe, não vê mais os animais e plantas como seus irmãos. Assim, tudo o que você conhece pela via intelectiva jamais terá a dimensão de pertencer a este lugar.


Fica claro, portanto, que o mapa não é o território, assim como estudar sobre Deus não é experimentá-lo por completo. É preciso viver com entrega os preceitos divinos, transcendendo as dualidades, reconhecendo o Espírito Transcendental (Brahman) como a origem, a causa e o fim de toda a criação. Somos Um! Somos Om!

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